sábado, 21 de agosto de 2010

ROLLING STONES – EXILE ON MAIN ST. (1972, 2010)

A carreira dos Rolling Stones pode ser contada em gerações mas eles continuam tocando e dançando por aí. Essa persistência não é unanimemente bem recebida mas eles ainda lotam estádios e casas de espetáculo com seus shows dançantes, elétricos e repletos de clássicos musicais. E aqui está o ponto principal das atuais críticas que a  banda vem recebendo.

Os Rolling Stones participaram e contribuiram para um grande momento na música, especialmente para o gênero do rock’n roll. Os anos 60 e 70 receberam suas melhores músicas e puderam admirar a melhor forma das suas inimitáveis performances. Suas apresentações sempre foram empolgantes e, diante de tanta energia, a indagação natural que emanava era a de até quando eles iriam suportar esse ritmo. A resposta, que ainda permanece sem previsão para ser dada, com certeza assombra quem os viram mais de quarenta anos atrás.
A banda continua se apresentando e de vez em quando ainda grava um disco de inéditas, para motivar mais uma turnê. Essa energia é com certeza admirável e permite que antigos fãs revejam sua vibração, da mesma forma novos fãs podem conhecer em carne, osso e música quem estava presente quando muito aconteceu no rock. 

Apesar de empolgante, o sentimento predominante nos concertos dos Rolling Stones é o de saudosismo, mesmo naqueles que começaram agora a gostar da banda. A atividade criativa-musical desta banda não parou, mas o que é mais esperado em seus shows são os clássicos gravados em outra geração. Já fazem vários discos que os Rolling Stones não conseguem gravar uma música marcante que vá permanecer na memória como várias de suas canções antigas.

Esses discos novos que a banda tem gravado não são ruins, mas não são memoráveis. Talvez foi por finalmente ver isso que eles tomaram a decisão de recorrer a um disco um tanto misterioso em sua elabração, mas com uma aceitação conhecidamente positiva.

Realmente Exile On Main St. é um disco que indubitavelmente pertence aos Rolling Stones e por isso ele está novamente sendo bem vindo. O ritmo e as canções presentes nele mostram a banda no topo da sua energia, e as canções mais lentas mostram uma variação de seu espírito dançante. A gravação original desse disco de 1972 aconteceu realmente em um período de isolamento da banda, que se refugiou em um vilarejo francês com o plano de gravar o disco e depois fazer uma turnê pelos Estados Unidos. Nesse período o consumo de drogas estava acentuado, mas parece que isso, de uma forma ou de outra, serviu positivamente para a banda. Eu digo isso porque o disco é excelente, e mesmo fatores como o isolamento e as drogas, que geralmente atrapalham o processo criativo, de alguma forma permitiram que o disco saísse ótimo.


O relançamento de “Exile On Main St.” é também uma boa oportunidade para os fãs de uma nova geração conhecerem os Rolling Stones em sua boa forma. Além disso, essa reedição também serve para despertar o interesse de quem apenas gosta de rock’n roll para, assim, aproveitar essa chance e conhecer uma das melhores obras da banda.

Somando-se às canções originais, o relançamento deste disco vem com outro disco de extras. Essas músicas adicionais possuem o mesmo espírito daquelas do disco principal, e ainda tem duas versões alternativas para Loving Cup e Soul Survivor, pertencentes ao original.

Apesar do disco de extras ter 10 músicas, incluindo as versões alternativas, ele não é capaz de roubar a cena do disco original. Exile On Main St., sozinho, já é empolgante o bastante e merece a atenção daqueles que tem a mínima curiosidade de conhecer os Rolling Stones.

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