Mais uma vez, eu estava vasculhando os filmes que provavelmente passaram subestimados pelos cinemas brasileiros, foi então que encontrei este título. Eu logo vi que ele estava incluso em um grande número de festivais, concorrendo principalmente nas categorias de melhor direção, melhor ator e melhor filme. Isso despertou meu interesse e decidi dar uma olhada. Assisti ao trailer na Internet e vi que se tratava de uma história introspectiva de um homem vivendo sozinho na Lua. Como eu gosto de analisar, além dos aspectos técnicos, o conteúdo dos filmes, resolvi verificar por quê este título estava sendo tão celebrado nos festivais mundo afora.

Após sofrer um acidente de trabalho quase fatal, o personagem central se vê em uma situação inusitada e descobre que, na verdade, está sendo manipulado pelos seus empregadores.
Esse é o enredo geral e é melhor eu não dizer mais nada pois não quero estragar a história do filme.

Este título abrange questões humanas como o menosprezo crescente pelas pessoas, a exploração destas sem a menor consideração pelos seus sentimentos, abordando ainda a compaixão entre os seres humanos.
A situação de isolamento na qual este título foi filmado enaltece os sacrifícios que o personagem principal ultrapassa. O cenário solitário e a trilha sonora ajudam o espectador a sentir-se envolvido com a história e com a conotação desejada ao filme, mas é com a atuação de Sam Rockwell, o ator principal, que este trabalho obtém grande parte da atenção que lhe é fornecida. Este ator foi o diferencial necessário a este filme cujo foco é quase que totalmente em sua pessoa. A capacidade de Sam Rockwell de se mostrar envolvido de solidão, aliada com sua versatilidade para as variações emotivas, envolve todo o filme.
Entretanto, devo mencionar um detalhe o qual eu considerei inicialmente uma repetição de uma antiga fórmula. Esse detalhe foi a presença de uma máquina que possui a capacidade de falar e de controlar a funcionalidade da nave. Eu achei que, como aconteceu já em outros filmes, especialmente em 2001: Um Odisseia no Espaço, de 1968, esta máquina iria rebelar-se e por em risco a vida do personagem. Mas isso não acontece. Pelo contrário. Em vez assumir um comportamento frio e extremamente racional, é esta máquina que acaba tendo mais compaixão pelo personagem com que mantém contato do que as pessoas que o puseram lá. Sendo mostrada dessa forma, a presença de uma máquina que simula inteligência, não se tornou um fator prejudicial a este filme e nem passou a impressão de se recorrer a um lugar comum. Pelo contrário, esse aspecto já explorado em outros filmes tinha que estar presente pois condiz perfeitamente com o ambiente descrito na história.

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