Depois de assistir a "Irreversível" de Gaspar Noé, sempre
fiquei com vontade de conhecer os outros filmes desse diretor. “Irreversível” me
marcou e impressionou em vários sentidos, por isso ele foi um dos primeiros filmes
que eu comentei aqui no Blog. Agora, finalmente criei coragem e fui assistir a este
filme para ver se iria ser marcado e impressionado novamente. Mesmo antes deste
filme acabar, eu já estava abalado pela brutalidade psicológica que ele
retrata, e, assim, eu sabia que iria carregá-lo comigo como uma lembrança
incômoda, que fora tão belamente retratada.
A arte não existe apenas para retratar ou transmitir o
bonito. Há obras artísticas que propositalmente são criadas para incomodar e
mostrar lados obscuros e feios, seja da natureza, seja da humanidade física ou psicológica.
É preciso identificar esse propósito, e, assim, uma obra que eficientemente
impressiona por mostrar um lado negro do homem, será belamente admirada.
Este filme perturba e incomoda, mas esse é o seu propósito.
Ele faz o expectador ser destinatário direto das reflexões de um homem que
percorre o caminho psicológico para a insanidade. Um homem que fora rejeitado em
todos os aspectos da sua vida até chegar a um ponto em que racionalizar sua
existência se transformou em um espiral para a loucura.


Com este filme, Gaspar Noé conseguiu mais uma vez
impressionar e marcar. A viagem brutal na mente de uma pessoa sofrida e
desiludida que se dirige para a insanidade faz com que o passageiro carregue a
lembrança dessa viagem. Essa lembrança insistirá em permanecer, mas ela também
lembrará o expectador da beleza deste filme que, como eu disse antes, tão
belamente retratou o feio.
ele Abandonou a filha? hmm... é claro que tem filmes feitos para incomodar, mas, no caso desse, é o incômodo pelo incômodo. sem contar o monólogo interno do personagem, que não passa de um niilismo raso.
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