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Aqui no Blog eu normalmente falo de filmes que eu assisto
mas que são conhecidos apenas por um nicho pequeno de espectadores. Assim, eu
comento o filme na esperança de ele ser mais visto e apreciado. Isso é o que eu
geralmente faço, mas o critério essencial é que o filme seja bom e traga consigo
um impacto cinematográfico, bom para se ver e rever.
Bem, levando em consideração esse critério, eu não podia deixar de falar deste filme que, na minha opinião, se tornou um clássico no dia em que foi lançado. Mesmo depois de anos sem escrever nada para o Blog, Coringa me impactou tanto que fiquei inquieto até poder vir aqui e dividir ele com vocês. Sendo assim, vamos começar.
O filme aborda a vida de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix). Alguém que sonha em ser comediante profissional, mas, enquanto isso, trabalha como palhaço, alegrando crianças ou até fazendo propaganda de lojas que estão prestes a falir. Arthur sofre de transtornos psiquiátricos e luta para conseguir assistência no sistema público de saúde. Gotham City está passando por uma crise econômica e moral, e esses são os ingredientes suficientes para fazer Arthur colapsar e deixar florescer um lado psicótico dele que estava gritando para sair.
Acima eu fiz apenas um apanhado geral da história,
pois os detalhes, os outros personagens e os acontecimentos que fazem o personagem
principal abandonar sua sanidade são mostrados de forma surpreendente e perturbadora,
e merecem ser conferidos ao se assistir ao filme.
Antes de começar comentando uns pontos específicos,
vou dar umas dicas que talvez ajudem a vocês apreciarem ainda mais o filme.
Primeiramente, não tentem classificar este filme como
sendo de super-herói. Ele é mais do que isso e, analisando o filme, eu não acho
que a preocupação dele era entrar no hall de filmes de heróis. Outra dica é para
vocês não procurarem o bandido e o mocinho. Nesse filme não há essa dicotomia.
Todos têm qualidades e falhas, ou seja, devem ser vistos como seres humanos em
toda sua complexidade.
As dicas são essas, mas agora é hora de prazerosamente
dissecar este filme.
O filme passa um sentimento de uma sociedade decaindo
e uma cidade corrompida. A história mostra isso, mas a fotografia reafirma essa
situação. O ar sujo e nublado combinam com o tom da história. Outro ponto que muitas vezes inconscientemente nos
deixa perplexos é a trilha sonora. Aqui, a trilha possui uma batida frenética,
metálica e crescente, que deixa o volume estridente em momentos de tensão.
O ritmo que o filme é contado é preciso. Ele desenvolve emoções, características e angústias com exatidão no momento do filme. Esse controle e pulso ao contar a história é dado pelo diretor que, aqui, merece muitos elogios. Todd Phillips tem um domínio sobre como contar a história que poucos diretores hoje em dia tem.
Já que estou elogiando o filme, eu não podia deixar de
falar da atuação dos atores. Todos os atores estão excelentes, mesmo aqueles
com participação pequena. Mas, é lógico, que o grande destaque vai para Joaquin
Phoenix. Sentimentos e emoções complexas são mostradas com uma perfeição
incrível por esse ator. Muitas vezes, quando o ator não fala é quando ele mais
precisa atuar, pois são seus olhos e postura que transmitem a emoção. Neste
filme, os olhos de Joaquin Phoenix espelham um mosaico de emoções e, muitas vezes,
em uma mesma cena! É impressionante!
Assistir ao Coringa é ver uma homenagem ao cinema,
especialmente aos filmes dos anos 70. É refrescante ver isso feito de forma
competente e sem precisar mostrar marcas ou produtos antigos. É empolgante ver
o cuidado na atuação , direção, história e roteiro, pois são esses pontos que
fazem os filmes serem bons ou ruins, nada mais. Para mim, esse foi um filme
emotivo, mas não por causa de um final romântico. Ele foi emotivo porque conseguiu
me fazer lacrimejar por ser um oasis em um deserto em que filmes bons assim ficam
cada vez mais raros. 
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