segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

MARGIN CALL – O DIA ANTES DO FIM (Margin Call, Estados Unidos, 2011)



Curioso sobre a atual crise econômica e sempre procurando uma maneira de visualizá-la sob diferentes perspectivas, comecei a assistir filmes sobre esse momento preocupante na economia mundial. Há diversos títulos bastante interessantes que conseguem diluir as dúvidas que eu tinha sobre a crise do momento. Apesar de já haver assistido a vários filmes sobre esse tema apreensivo, e muitos deles serem realmente bons, posso dizer que não tinha ainda assistido ao mais tenso deles. Este filme não é um simples drama com base em circunstâncias reais, ele é um verdadeiro thriller psicológico, principalmente porque todos nós sabemos das consequências decorrentes das ações tomadas no filme. Este filme é vertiginoso, e, quando você for assisti-lo, prepare-se, pois quando você começar, uma hipnose ilusória o fará pensar em um otimismo remanescente, que não foi tão bem recepcionado pela crise que estava prestes a se iniciar.


Este filme já começa sem arrodeios sem nem dar espaço para o espectador se acomodar. As primeiras cenas são justamente as das demissões em massa nas empresas que lidam com o comércio na bolsa de valores. Isso já traz apreensão até mesmo para quem está assistindo ao filme. 

No filme, um desses demitidos é um executivo que estava trabalhando em um projeto que analisava o risco da empresa em que ele trabalhava. Antes de terminar esse projeto, ele é demitido e entrega seu trabalho a um de seus subordinados que acaba por decifrar o que estava nos cálculos. Era o anúncio do fim. Daí começa uma tensão crescente nos personagens que, à medida que o filme avança, vão surgindo de hierarquias cada vez mais altas. Isso tudo ocorre nas vésperas da atual crise se iniciar, e são as medidas da empresa retratada no filme que vão desencadear as preocupantes consequências vivenciadas em todos os continentes.

Espero que vocês tenham ficado curiosos, pois certamente vale a pena a apreciação de vocês a esta obra.

A temática em si já faz despertar meu interesse em assistir a este filme, mas, ao ver elenco, isso com certeza fez-me assisti-lo ainda mais apressadamente, e não fiquei decepcionado. Grandes nomes e nomes emergentes participam deste filme. Todos eles fazem um excelente trabalho, especialmente Kevin Spacey, que como sempre está irretocável. Mas este filme não exige todo o potencial interpretativo dos atores. Ele não recorre à densidade que nomes como Jeremy Irons, Stanley Tucci e Paul Bettany, por exemplo, podem oferecer, no entanto esse foi um acerto. A história é que está em primeiro plano aqui. Ela já é dramática o bastante por si só, e vivenciá-la é o que é exigido dos atores. Isso já impinge uma grande carga emocional para todos.


Mas não se enganem, a interpretação aqui não foi fácil. Todos esses pesos pesados em atuação souberam mais que eficientemente apresentar todas as sutilezas que seus papéis demandaram. Esses detalhes fizeram sim a diferença. Então, a presença dessas estrelas, além de chamar a atenção para o filme, marcou positivamente esta obra com o trabalho dessa constelação.

Dos filmes sobre a atual crise econômica que eu já assisti, este não é o mais didático, pois ele não se preocupa em explicar os detalhes da crise e suas razões. Esta película não está preocupada com isso. Sua intensão foi produzir uma boa obra cinematográfica, e isso foi conseguido. Mas ao alcançar esse objetivo, e por tratar de uma temática tão atual e complexa, este filme traz consigo uma relevância ímpar. 

A tensão nos personagens, a velocidade com que os eventos se desenrolam, e a capacidade de alcançar o mais alto nível hierárquico como em uma avalanche, fazem com que o espectador se veja apanhado por esses acontecimentos de magnitudes vertiginosas. Esse sentimento não permite com que o espectador se acomode despreocupado neste filme, ele é carregado para o epicentro do terremoto e isso o torna cúmplice das ações que, nesta obra, têm suas consequências sentidas em todo o mundo, ainda hoje.

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