domingo, 29 de janeiro de 2012

MEDDLE (Pink Floyd, 1971)



Para a alegria de vários e contentamento extasiante dos fãs, toda a obra de Pink Floyd foi remasterizada e relançada. Esse evento é uma oportunidade que de, vez em quando se renova, e nos deixa reviver o gosto por essa banda que para sempre será enigmática e que continua a influenciar as bandas passadas, presentes e as futuras também.

Aqui no Blog não vou querer, inicialmente, abordar aqueles discos mais evidentes da banda e que já são prazerosamente bastante conhecidos pelos ouvintes de música. Quero falar de álbuns de Pink Floyd que são memoráveis, mas que se encontram em um segundo plano. Esses discos geralmente tornam-se conhecidos depois de o ouvinte já estar familiarizado com The Dark Side Of The Moon e The Wall, por exemplo. 
 
Uma vez que algumas obras dessa banda conseguem ser elevadas, sem esforço, à sua posição de clássicos no meio artístico, irei invocar a atenção de vocês para outros álbuns de Pink Floyd que, ainda que grandiosos, nem sempre despertam uma curiosidade inicial.

Dando o pontapé inicial a essa proposta, vou começar comentando o psicodélico e bem trabalhado Meddle. Falar que um álbum de Pink Floyd é psicodélico chega a ser uma redundância, mas ao falar assim eu quis acentuar neste disco essa característica.

Nesta obra o ouvinte se aproveita de uma psicodelia que, mesmo sendo experimental, é também madura e esse nível musical era procurado pela banda nos discos anteriores.

Retirando Ummagumma da contagem por ser um disco ao vivo, Meddle é o 5º disco de Pink Floyd, há quem o considere o 4º, mas vou incluir aqui o disco More, que serviu de trilha sonora para o filme The Valley. Nessa trajetória, Pink Floyd realizou várias experimentações em suas músicas, tornando a psicodelia a marca de suas obras. Por utilizar variantes psicodélicas, os discos de Pink Floyd vieram sempre distintos um do outro, e isso envolvia de curiosidade os ouvintes para descobrir como seria o próximo disco deles.


As experimentações musicais foram bastante inusitadas até então, mas Meddle veio com uma maturidade musical desejada pela banda, mas isso não impossibilitou que ela transitasse nas vias do psicodelismo. As letras das músicas trazem uma vertente poética e se utiliza de imagens visuais para ilustrar até sentimentos românticos. Mas não se enganem, Pink Floyd não estava querendo se tornar uma banda popular por abordar temas românticos. As construções musicais e as mudanças rítmicas dentro das músicas garantem a veia vanguardista da banda.

No entanto, de todas as músicas deste álbum, a que chama mais atenção e a mais psicodélica de todas é a longa faixa Echoes. Essa complexa música é prazerosa em todos os seus aspectos. Apesar de sua impressionante duração de 23:35min, essa música não é cansativa e deixa espaço para muitas surpresas. Echoes tornou-se uma das músicas mais emblemáticas de Pink Floyd e, no disco Meddle, foi a que mais chamou atenção dos ouvintes.

Em seus discos, Pink Floyd não se contém apenas em apresentar suas canções. Essa banda procura despertar emoções nos ouvintes, e, assim, a experiência de escutar Pink Floyd representa uma verdadeira viagem psicológica. Em Meddle, Pink Floyd se estabelece definitivamente como uma banda séria e madura, que, ao explorar divagações psicodélicas, elevam, paralelamente, a qualidade de suas músicas. O toque romântico de Meddle é confrontado com o tom enigmático oferecido pelo psicodelismo das músicas, fazendo, assim, com que o ouvinte consiga experienciar um mistério sentimental instigado pela audição. Sentimentos compostos assim marcam a obra dessa banda que agora conta com edições de seus discos que, ainda com mais nitidez, renovam o eterno enigma que a envolve.

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