domingo, 14 de agosto de 2011

PONTO FINAL - MATCH POINT (Match Point, Inglaterra, 2005)





Antes de assistir a este filme eu não conhecia Woody Allen. Eu digo isso porque é a mais pura verdade. Antes ver este filme eu nunca havia assistido a um filme desse diretor. Já é possível ver que eu tive um começo tardio no que diz respeito à obra desse cineasta. No entanto, foi este mesmo filme que fez, desde o início, eu me tornar um fã assumido de Woody Allen. Acreditem, este filme é tão bom assim. 

Sua história é apresentada de forma envolvente. O roteiro é brilhantemente desenvolvido e de uma maestria surpreendente. Os atores estão perfeitamente confortáveis em seus papéis e os desenvolvem de maneira natural. As cenas, todas elas, são importantes e únicas para o desenvolvimento do filme. Por fim, a direção está irretocável, efetivamente concentrando todos os aspectos que se quer apresentar neste filme. 

Com todas essas qualidades, como é que eu poderia não admirar de imediato esse diretor, escritor e roteirista? Para isso, ainda pesou o fato de esse filme ser um drama com um toque de suspense, ou seja, de um gênero completamente fora da linha cômica pela qual Woody Allen é conhecido. Isso tudo serviu para sedimentar qualquer dúvida sobre o talento desse incansável cineasta.

A história se passa na Inglaterra, em Londres, e fala de um jovem ex-tenista que, ao abandonar sua vida como jogador, começa a ensinar o esporte em um clube para ricos. Esse jovem professor é ambicioso e gosta de arte e da vida que os ricos levam. Por ter um diferencial cultural, ele logo fica amigo de um membro do clube que é de uma família riquíssima. Ao frequentar a casa dessa família, a filha, irmã de seu amigo, se interessa por ele, mas esse jovem ambicioso se vê magnetica e carnalmente atraído pela namorada de seu amigo. O desenvolvimento dessa teia emocional trará consequências que irão pôr em risco a oportunidade de satisfazer a ambição desse ex-tenista, restando a ele decidir que ações serão tomadas para preservar a boa vida a que ele se acostumou.

Logo de início, um aspecto que deve ser notado neste filme é o fato de ele se passar na Europa, especificamente na Inglaterra. Essa é uma característica importante, pois é de conhecimento de todos que Woody Allen é um amante assumido da cidade de Nova York. A maioria de seus filmes se passa nessa cidade e em todos eles esse diretor faz questão de explorar e apontar diversos aspectos dessa cidade de que nunca dorme. No entanto, neste filme é diferente. Não só esse cineasta mudou a cidade em que se passa a história, mas também todo o continente, fazendo-o explorar outros aspectos dessa nova localidade.

A troca do lugar em que o filme se passa é um fator que não deve ser ignorado, mas é um dado externo ao filme. Referente ao filme em si, um ponto que não se pode deixar de comentar e elogiar é o roteiro. Toda a construção das cenas foi elaborada de uma maneira que faz com que o expectador não desvie sua atenção da história. Pelo contrário, à medida que o filme vai se desenvolvendo, a concentração de quem o assiste é gradativamente aumentada, e ao final do filme chega-se até a um estado de apreensão. Esse mérito é do roteiro que, mais do que tudo, usou o trabalho dos atores, suas falas e a personalidade de cada um dos personagens, para nos envolver na história.

Como acabou de ser dito, os atores são realmente cobrados neste filme. Essa é uma característica positiva, pois, além de valorizar o trabalho dessas pessoas, neste filme é preciso que o ator realmente saiba interpretar, e não apenas se mostre bonito diante das câmeras. Infelizmente, hoje em dia é um tanto difícil encontrar um filme com essa característica, e assim vem sendo criados supostos atores mas que são incapazes de representar e só se preocupam com sua aparência física. Eu digo isso como uma crítica, mas faço essa afirmação também para mostrar outro fator positivo não só deste filme, mas também de todo o trabalho de Woody Allen. Esse cineasta realmente valoriza a arte de interpretar e por isso faz questão de explorá-la em seus trabalhos.


Além de todos esses pontos comentados, outro fator a ser destacado é a direção surpreendentemente eficiente de Woody Allen. As escolhas de como retratar as cenas, aliadas ao belo roteiro, tornaram este filme cativante, prendendo toda a atenção do expectador. Ainda se encaixando em toda essa festa visual, está a trilha sonora que é inteiramente composta por óperas, condizendo, assim, com o gosto do personagem principal, sendo cada música correspondente ainda com o sentimento das cenas.

Os filmes de Woody Allen são assim, completos e plurais, mas este filme em especial chamou minha atenção por possuir várias características diferentes dos outros filmes desse cineasta. Fico feliz por ter sido esta obra o primeiro filme de Woody Allen a que assisti, pois depois dela tornei-me fã assumido dele, e hoje já assisti a quase todos os seus filmes, o que não é um número pequeno. Isso apenas enriqueceu meu conhecimento sobre cinema e sobre a arte em geral, pois esse diretor, além de nos divertir com seu trabalho, também nos ensina a valorizar a cultura.

Um comentário:

  1. grande filme. inspirado no clássico livro crime e castigo

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