terça-feira, 24 de maio de 2011

2046 (2046, Hong Kong, 2004)

http://www.imdb.com/title/tt0212712/

Torrent: thepiratebay.org/2046

Legendas: subscene.com/spanish/2046 (O melhor que eu consegui foram legendas em espanhol, mas para quem preferir há legendas em inglês.)

Acredito ter esperado mais do que devia para escrever sobre este filme. Eu o assisti há algum tempo e imediatamente fiquei fascinado. Mas, recentemente resolvi assisti-lo novamente e foi aí que lembrei que ainda não tinha comentado sobre ele aqui no Blog. Essa falta tem que ser remediada urgentemente, pois um filme tão envolvente como este merece uma admiração generalizada.


O cinema oriental já tem sua existência bastante notada no mundo do ocidente, porém para a grande maioria das pessoas a grande temática explorada naquela região são as artes marciais. Isso não está tão longe da realidade, mas não devemos nos restringir apenas à este tipo de filmes. Os filmes dramáticos orientais são de excelente qualidade e muitos deles já figuram como grandes obras primas. Esse é o caso deste filme que vim comentar. Sua técnica, a forma de contar a história, sua música inebriante e as cores hipnotizantes que desfilam na tela o elevam a uma categoria particular que é difícil de ser alcançada.


O enredo deste filme não é fácil de ser resumido, pois procuro não adentrar no desenrolar da história, e este filme em particular traz esse desafio para mim. Mas não falo isso para desmotivar as pessoas a assistirem a este filme. Na verdade o desafio é contar o enredo, mas quando o filme se desenvolve diante de nós, sem exagero, ficamos hipnotizados pelo banquete cinematográfico que ele oferece.

Com esforço para tentar omitir dados da história, aqui está o enredo: Neste filme, um escritor escreve sobre relacionamentos que aconteceram no futuro, porém o que realmente está a ser narrado são casos seus do passado. No livro o personagem embarca em um trem que vai para o ano de 2046, e neste ano seria possível reviver o passado e poder admirá-lo mais uma vez. Só que há um detalhe, ninguém jamais voltou de 2046 e não se sabe exatamente o que se passa por lá. Com essa premissa, começa a viagem que mostra não só o futuro, mas especialmente o passado desse escritor mergulhado em emoções.

Esse é o enredo, mas ele é na verdade apenas o cume de uma montanha a ser descoberta.

 
O cinema asiático traz outra cultura e por isso certos aspectos são abordados de forma um tanto diferente da qual nós estamos acostumados. No entanto, esses detalhes tornam o filme mais belo, intrigante e todo particular. Por exemplo: A câmera nem sempre enquadra de forma centralizada os atores. Muitas vezes a imagem da cena é dividida por uma fresta de porta ou de parede. A sensação é de como se a câmera estivesse colocada lá e depois é que os atores se colocam em seu foco. Essa maneira de filmar aguça a curiosidade e permite que nós tenhamos nosso foco expandido, pois a atenção vai para além do diálogo dos atores.

 
A forma como o filme explora expressões, linguagem corporal e o ambiente, o enriquece e nos deixa admirar esses detalhes tão bem trabalhados. Os asiáticos se expressam muitas vezes sem ser por palavras, eles o fazem através de expressões e com o corpo. Este filme explora exatamente isso, mas não de uma forma que pareça um fardo a ser enfrentado, pelo contrário, é tão natural esse método que rapidamente nos acostumamos com sua linguagem.

Não posso deixar de comentar mais dois fatores que são primorosos neste filme. Eles são a música usada como trilha sonora e as cores escolhidas para fotografar as cenas.

A música é envolvente, inebriante e sensual, ela não rouba a cena, mas com certeza prende a atenção sempre que é utilizada. Sua escolha se encaixou perfeitamente com o sentimento que o filme passa e com todo o teor enigmático das cenas.
  

O outro fator pode ser constantemente admirado neste filme são as cores. A fotografia aqui utilizada enaltece as tonalidades das roupas, do quarto, dos bares que os personagens frequentam e especialmente do letreiro do hotel onde o personagem principal se encontra hospedado. Mas como este filme possui partes que se passam no futuro, as visões futurísticas abertamente exploram cores como o vermelho e o verde, que se expandem através de suas tonalidades. Esse trabalho visual chama imediatamente a atenção e impressiona, pois ele sozinho já faz o filme ser bonito de se assistir, e transforma as cores em um personagem.

Vou finalizar enaltecendo o trabalho dos atores e do diretor, mas por falar pouco deles, isso não indica que eles foram apenas regulares, pelo contrário, nada neste filme foi regular. O ator principal e a atriz principal fazem um trabalho excepcional. Esses atores, e também os demais, conseguiram minha admiração imediata, a forma como eles interpretaram seus personagens absorve nossa atenção pois se alinha perfeitamente com tudo que está a desfilar na tela.
  


Por fim, conduzindo toda essa orquestra cinematográfica está o diretor que, com este filme, nos deu um verdadeiro presente para os sentidos.

Um comentário:

  1. Amigo. EStou adorando seu blog. Melhor descoberta dessa minha tarde. Um grande abraço.

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