segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O PROFETA (Un Prophète, França, 2009)






O Poderoso Chefão, Bons Companheiros, Os Infiltrados, são filmes que possuem um calibre superior. Eles transcendem o rótulo de serem filmes sobre a máfia. São muito mais, em vários aspectos. O Profeta também é assim. Este filme foi incluído de imediato nesse naipe transcendental de obras cinematográficas. Sua história, sua filmagem, a atuação e os personagens, todos esses fatores juntos fazem deste filme uma obra superior, lançando-a para um nível que raramente é alcançado. Admirar esta obra não será um prazer isolado na vida de seus expectadores, pois isso será prazerosamente repetido com uma constante realização de sempre se descobrir algo mais.


Neste filme, um rapaz, Malik, de descendência árabe, analfabeto e praticamente mendigo vai para a cadeia. Lá ele começa a se relacionar com os presos mafiosos de descendência italiana. Com o passar do tempo, o rapaz vai se instruindo, aprende a ler e a escrever e começa a crescer no mundo do crime. Sua ascensão e influência vão sempre crescendo e ele começa a se tornar maior do que os antigos donos da prisão.

Diferente dos outros filmes sobre a máfia, este se passa na prisão e é de lá que sai a influência para o mundo exterior. Ao ter os personagens praticamente todos presos, este filme aborda a vida dos gângsteres de maneira nova e com isso surpreende os expectadores. Mas essa não é a única diferença com relação aos filmes que falam sobre a máfia. Este filme possui uma abordagem e estilo de filmagem completamente diferentes do estilo americano. Este é um filme francês e isso é bastante evidente, essa é uma qualidade do filme, pois essa maneira diferente de se abordar esse tema renova-o para que ele seja apreciado novamente.

Os atores neste filme estão excelentes. Não há o que criticar aqui, só elogiar, principalmente o ator principal, Tahar Rahim, uma revelação unânime.

Este filme não é carregado de cenas de ação ou de aventura, a história neste filme é bem direta e filmada de uma maneira bastante realista, porém há sutilezas constantes nesta obra que alargam sua abrangência. Essas sutilezas sempre irão aparecer à medida que se assiste a este filme novamente e isso o enriquece. Essa não será uma obrigação para o expectador, mas com certeza será prazeroso continuamente descobrir o que está por trás dos detalhes.


Como foi dito antes, a forma que o diretor escolheu para contar a história deste filme é diferente da que vemos em Holywood. Não precisa de um conhecimento específico ou aprofundado para notar essa diferença, mas essa novidade, para alguns, não deve afastar o expectador deste filme. Na verdade, para quem não conhece o cinema europeu, essa é uma oportunidade para se conferir a excelência dos filmes que esse continente produz; para quem já conhece os filmes de lá, então só basta dizer que esta é mais uma de suas belíssimas obras. Não importa onde você se encaixa, com este filme só se tem a ganhar.

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