Eu sei que provavelmente vocês já
escutaram algum tipo de comentário sobre este disco, e que esse comentário foi
quase com certeza um elogio. Eu sei disso, mas vou correr o risco de ser
repetitivo e novamente elogiar este disco. Este álbum é bom demais para eu silenciar
e deixar de dividi-lo com vocês. Eu estava tentando evitar falar deste disco por ele já ser bem conhecido e também não ser uma novidade, mas certas obras permanecem novas durante o tempo, e sua beleza é sempre bem recebida por quem
as redescobre.
Keith Jarrett é um pianista
americano de jazz há muito consagrado como um grande músico. Ele já tocou com
Miles Davis, Charles Lloyd, Gary Peacock, Jack DeJohnette e vários outros. Seu talento é inquestionável. Sua habilidade como compositor também já está
solidificada há várias décadas, por isso não é surpresa ver uma obra sua
atingir um alto nível de competência. No entanto, com este álbum é um pouco
diferente. Aqui, sua habilidade e competência se uniram para realizar uma
apresentação memorável e passional, que, através de uma excelência musical,
transmitiu belas emoções e sentimentos.
O disco traz uma apresentação de
Keith Jarrett na cidade de Köln na Alemanha, em 24 de janeiro
de 1975. Esta apresentação dele é solo, ou seja, é só ele e seu piano, e chega
a ser impressionante o quanto, só com um instrumento, Keith Jarrett consegue
encher todo o espaço com uma musicalidade tão bela, para dizer o mínimo.
Geralmente as músicas de jazz, para
serem assimiladas, precisam de algum tempo até se sedimentarem e serem
percebidos os detalhes que são transmitidos nelas. Muitas pessoas resistem a
esse gênero exatamente por causa disso, mas, com relação a este álbum, essa
resistência deve ser esquecida ao menos por um instante, para assim ser possível conhecê-lo. Acreditem, vale a pena esse esforço, pois no final ele será
prezerosamente recompensado. Com isso não estou dizendo que este disco é
facilmente internalizado ou que ele é de gosto simplificado, não mesmo, mas sua
beleza e suavidade podem ser imediatamente captadas, agradando de imediato
qualquer ouvinte, mas sua riqueza e detalhes ficam reservados para contatos
futuros que só aumentarão o valor desta obra.
Não vou comentar as músicas desse
disco uma a uma. Todas elas são grandiosas e conseguem
transmitir uma pluralidade de sentimentos durante sua apresentação. Elas carregam
uma complexidade emotiva em si, mas, como foi dito antes, é possível de
imediato notar a sua beleza.
O investimento neste disco será
proveitoso, pois sua beleza musical o coloca entre as grandes obras de música,
especialmente de jazz. Para quem não está acostumado a escutar esse gênero ou
tipo de música, concedam a vocês essa chance, a recompensa vem para todos que
conseguem ouvi-lo.
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