sexta-feira, 19 de outubro de 2012

BLADE RUNNER – VERSÃO FINAL (Blade Runner – Final Cut, Estados Unidos, 1982)







Quando criança fiquei confuso quando assisti a este filme, eu queria mais tiros, ação, correria e o conhecido final em que o bandido perde para o mocinho. Fiquei confuso, mas gostei. Depois, mais maduro, entendi porque gostei, e aí passei a admirar esta obra por completo. Este filme tem correria, ação e tiros, mas seu ar sombrio e sua abordagem mais profunda dos personagens faz com que esses atos sejam secundários. Este filme possui certos detalhes que o expectador vem a reparar depois de ele haver terminado. Esta obra é daquelas que permanece com a pessoa e fica sempre pedindo uma outra olhada para se descobrir mais detalhes. Além de já ter grande relevância na história do cinema, este filme pode ser admirado ainda hoje, não pelo que ele foi, mas sim pela beleza de conseguir mostrar sentimentos belos em seres que nem humanos são. 


A história se passa em uma São Francisco no futuro. Nessa época, quando androides assumem um comportamento rebelde e começam a matar humanos é o trabalho de Deckard (Harrison Ford) caçá-los e matá-los. Um grupo em particular é composto de um androide com inteligência superior e aqui o desafio se torna muito maior.

Com esse enredo de filme de ação, Ridley Scott, ao dirigir este filme, transformou-o em uma história com uma profundidade inovadora para esse tipo de enredo, principalmente para a época. Este filme é muito mais detalhista e aborda os sentimentos dos personagens. Ele tem sim cenas de ação, mas são direcionadas a mostrar as reações dos personagens, e não apenas para se ter ação.

Outra barreira quebrada neste filme é o fato de ele humanizar o herói. Aqui o "mocinho" não é um personagem intocável, sem vícios, defeitos e que não se machuca. É possível admirar os defeitos desse herói humano e, apesar de futurista, real. Essa abordagem influencia cineastas até os dias de hoje e pode, muitas vezes, ser explicitamente observada.


Essa característica da humanização do herói é bastante conhecida do público em geral, pois ela ajudou a tornar este filme um marco na história do cinema. Porém, como eu já tinha conhecimento desse aspecto, o que mais me tocou foi o ar sombrio e profundo que com que os personagens e a história foram abordados. A opção do diretor de alcançar os sentimentos dos personagens, mas mantendo um ar sombrio e noturno, foi eficientemente exaltada ainda pela trilha sonora elaborada pela banda Vangelis. O trabalho dessa banda para este filme permitiu que se percebesse que o foco era nas emoções dos personagens, e nos seus atos.

Esses detalhes transformam o gênero do filme, que merece um lugar diferenciado, especialmente dentre os filmes de ficção científica. Mas esses pontos conseguiram ser materializados devido a uma ótima atuação do elenco. Harrison Ford conseguiu eficientemente se separar de seu personagem anterior como Han Solo e incorporou um personagem bem diferente. Sean Young está muito boa demonstrando uma frieza contraposta a uma carência desconfiada. Apesar de todas essas qualidades desses atores, deve-se dar um elogio mais acentuado à interpretação de Rutger Hauer. Esse ator foi primoroso em seu trabalho e transpôs todas as emoções necessárias para enriquecer seu personagem. Esse talento foi essencial especialmente para a última cena, e aqui seu desempenho foi irretocável.

A riqueza deste filme é até hoje exaltada, e merece sê-lo. Seja analisando historicamente, seja vislumbrando os detalhes da história ou seja ainda admirando o trabalho dos atores, este filme ultrapassa os conceitos tradicionais. Admiro esta obra por tudo isso, e fico feliz de, diferente do que aconteceu quando eu era criança, conseguir identificar porquê este filme é tão belo.

6 comentários:

  1. Muito obrigado, tava procurando ele <3

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  2. Obg, este é um super filme

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  3. Se me permite uma correção, não existe "banda Vangelis", mas o músico e instrumentista e tecladista Evángelos Odysséas Papathanassíu conhecido mundialmente com Vangelis.
    De resto, parabéns por tudo.

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  4. Muito boa matéria, mas sugiro corrigir a cidade onde se passa a história é LOS ANGELES - 2019, e não São Francisco ;)

    O link do torrent está quebrado, mas achei esse que pode ajudar quem precisar:
    https://kickass-top.org/t0-Blade_Runner_(1982)_[The_FInal_Cut]_720p_BrRip_-_700MB_-_YIFY-tt6977051.html

    legenda em pt-br:
    https://www.yifysubtitles.com/subtitles/blade-runner-brazilian-portuguese-yify-6908

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    1. Wow, agradeço os links. Ainda não vi o filme, mas no livro "Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?" do Philip K. Dick, no qual o filme é inspirado, a história se passa na maior parte em San Francisco e em Seattle (pequeno trecho), mas como não vi o filme não posso dizer. Talvez ele tenha se confundido entre ambos...

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  5. Eu reassisti o filme depois de ler o livro. Puts, nao gostei da experiência. Os aspetos da história no livro são muito superiores

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