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Para quem já conhece a banda Joy Division não é preciso muito para
despertar o interesse de assistir a este filme. Mas ainda há um grande número
de pessoas que, apesar da grande importância no cenário musical que essa banda representa, ainda não
tem conhecimento dela. Para essas pessoas devo logo dizer que este
filme, apesar de retratar a vida do vocalista dessa banda, não se restringe
apenas a isso, nem muito menos agrada somente a quem gosta de Joy Division. Este filme consegue ir
além e expõe a história da vida de uma pessoa que, de tanta sensibilidade,
sofria com as cobranças e limitações que lhe eram impostas. É uma obra cuidadosamente
sensível, apresentada com a fragilidade e força com que essa vida foi vivida, e, por essa intensidade real, nós somos atraídos a ela e desarmadamente ficamos emocionados com seu retrato.
Como dito antes, a história é sobre
Ian Curtis, vocalista da banda inglesa Joy
Division, formada em 1976, mas que durou apenas até 1980. Essa curta
tragetória se deu porque nesta data Ian Curtis, com apenas 23 anos, cometeu
suicídio, encerrando sua carreira e sua vida, que, mesmo curta, já fora bastante
intensa.
O filme começa retratando a vida
desse jovem músico antes de ele começar sua banda, e prossegue acompanhando sua
tragetória sem deixar de trazer a relevância das músicas de Joy Division. As letras das músicas eram
compostas por Ian Curtis e elas trazem uma visão obscura e tensa da vida do
cantor. As imagens produzidas nas músicas da banda se adequava com o movimento
pós-punk que estava a ser vivenciado na época, e com isso Joy Division foi logo aceita pelo público, que aprovava essa
rebeldia.
Ian Curtis era uma pessoa que
apresentava magnetismo através de sua sensibilidade, mas para ele essa
sensibilidade tornava demasiada as cobranças que ele vivia. No início, uma
válvula de escape para isso eram suas apresentações com a banda. Sua performance em si era uma ato de
rebeldia com gestos inquietos e descoordenados. Tudo isso agradava ainda mais ao
público rapidamente crescente e que procurava obter sempre mais da banda,
especialmente de seu vocalista e líder.
Para contar essa história o
diretor, Anton Corbijn, sabiamente optou por retratá-la em preto e branco. É
impressionante, mas essas duas cores, neste caso, foram capazes de ilustrar
mais emoções e sentimentos do que se fosse utilizado todo o espectro. Até as
nuances dos sentimentos puderam ser melhor vizualisadas através dessa escolha monocromática
e tudo isso adicionou mais brilhantismo ao filme, denotando o cuidado com que
ele foi trabalhado.
Outro ponto merecedor de destaque
e muitos elogios vai para o elenco, especialmente para o ator principal, Sam
Riley, que logo em seu trabalho inicial teve que interpretar um indivíduo que
vivia em um turbilhão de emoções. A interpretação desse ator foi tão
convincente que, ao cantar e agir como Ian Curtis, os antigos membros da banda se
assustaram com a semelhança dele com o vocalista original. Sam Riley em
específico recebe um destaque adicional, mas o restante do elenco também
efetuou um excelente trabalho. Devo chamar a atenção aqui também para Samantha
Morton que, como mulher de Ian Curtis, teve que retratar emoções traumáticas, mas que, como sempre, o fez com elogios.
Para quem já gosta de Joy Division, este filme é certamente
uma obra para guardar. Mas mesmo para quem não conhece essa banda, este filme
merece ser visto. Ele vai além de ser um filme biográfico e alcança sua
excelência como obra cinematográfica. A angústia, a inquietude, a cobrança
demasiada e a procura de compreensão, são tópicos, presentes no filme e que
eram vividos especialmente no final dos anos 70, mas que ainda hoje são
recorrentes. Isso traz este filme para os dias de hoje, tornando-o atemporal.
Essa obra ainda conta com outro fator imortalizador, pois, ao possuir a música
de Joy Division como sua trilha
sonora, ele também fica lembrado pela música que através dele é belamente ilustrada.
Otima materia,eu conheço o trabalho e a arte do Joy Division e a importancia que a banda ainda tem no cenario musical.As letras de Ian Curtis sao perfeitas,nao tem outro adjetivo,elas tratam-se de problemas cotidianos,coisas do dia a dia,que por hora poderiam parecer complexos. "Escrevo sobre as diferentes formas que diferentes pessoas lidam com certos problemas, e como essas pessoas podem se adaptar e conviver com eles". Ian Curtis.
ResponderExcluirValeu pelo comentário. Comentários assim tornam até mais interessante o que eu escrevo. Um abraço.
Excluirlink quebrado
ResponderExcluirNão diga... kkk 6 anos depois, né?
Excluirhttps://drive.google.com/file/d/11Slu5pD49Q_mlCKWhfX5sRtHV5e5u0_2/view?usp=sharing
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