Aqui neste blog eu tento chamar a atenção para obras de cinema, música e literatura que possuem valor artístico, mas que por serem um tanto exóticas ou afastadas dos holofotes não recebem tanta atenção. Com esse propósito, eu estou me lançando um desafio de dupla responsabilidade: a de despertar o interesse nesse crescente ramo das novelas gráficas, e a de atiçar a curiosidade para esta brilhante obra que é Asterios Polyp.
Primeiramente eu devo esclarecer alguns aspectos sobre o mundo dos quadrinhos e das novelas gráficas. Com o que se conhecem dos quadrinhos devo logo dizer que eles não se resumem a super-heróis ou histórias infantis, pelo contrário, há uma enormidade de quadrinhos que têm o meio adulto como seu público-alvo. Esses quadrinhos feitos para as pessoas que já atingiram a maturidade não se restringem à histórias pornográficas, existe um crescente número obras que unem a literatura com as artes gráficas, e isso conservando a qualidade de ambas vertentes. Dessa aliança surgiram as novelas gráficas, e muitas dessas obras possuem uma qualidade que ultrapassa a conceituação rápida e cômoda de serem histórias ilustradas. Elas são muito mais que isso. As novelas gráficas representam uma nova forma de contar histórias que explora com primazia os métodos literários e as formas visuais do desenho. Dessa simbiose surgem imagens que ambas as artes sozinhas não conseguiriam externar.
Pronto! Com essa breve introdução pelo menos vocês já não precisam temer de esta obra se tratar de uma história infantil. É exatamente o oposto. O nível de sensibilidade e os detalhes da história exigem que o leitor interprete tanto o texto quanto as figuras e a forma como eles estão unidos. Tudo nesta obra foi trabalhado com detalhismo e nada foi deixado ao acaso.