domingo, 29 de agosto de 2010

O ESCAFANFDRO E A BORBOLETA (Le Scaphandre et le Papillon, França, 2007)

 

Talvez elogiar este filme tenha se tornado em um lugar comum, mas talvez ainda tenha gente que não o tenha assistido, assim, faz o que vou escrever não ser repetitivo.

O Escafandro e a Borboleta é baseado na história real de um antigo editor da revista Elle francesa que teve um derrame, deixando-o apenas com o controle de seu olho esquerdo.

Apenas ao ler esse enredo superficial, uma pessoa já fica sensibilizada e com vontade chorar, amolecendo o corpo e esperando uma história triste e deprimente. Essa é a reação natural que se espera de qualquer um que se prepara para ver uma história de alguém que ficou, além de tetraplégico, apenas com a possibilidade única de controlar seu olho esquerdo. No entanto, este filme é capaz de tornar uma história com esses tristes fatores em uma deslumbrante mensagem de esperança, persistência e paciência.

Trailer de O ESCAFANDRO E A BORBOLETA - Nos cinemas!

LUNAR (Moon, Estados Unidos, 2009)


Mais uma vez, eu estava vasculhando os filmes que provavelmente passaram subestimados pelos cinemas brasileiros, foi então que encontrei este título. Eu logo vi que ele estava incluso em um grande número de festivais, concorrendo principalmente nas categorias de melhor direção, melhor ator e melhor filme. Isso despertou meu interesse e decidi dar uma olhada. Assisti ao trailer na Internet e vi que se tratava de uma história introspectiva de um homem vivendo sozinho na Lua. Como eu gosto de analisar, além dos aspectos técnicos, o conteúdo dos filmes, resolvi verificar por quê este título estava sendo tão celebrado nos festivais mundo afora.

Eu pensei que iria assistir a um bom filme, mas tive minhas expectativas excedidas. Esta é uma ficção científica sem explosões ou aliens, que trata de um homem (interpretado por Sam Rockwell) que tem um contrato de 3 anos para morar sozinho na Lua e coordenar a extração de um minério responsável pelo fornecimento de energia para a Terra. Durante esse período ausente sua única companhia é a de uma máquina, GERTY (voz de Kevin Spacey), que administra o bem-estar dele e supervisiona a estação espacial em que ele se localiza. Com essa máquina é que este personagem conversa e mantém o mínimo senso de contato neste longo isolamento a que está submetido.  

LUNAR (Moon) - Trailer HD Legendado

sábado, 21 de agosto de 2010

ROLLING STONES – EXILE ON MAIN ST. (1972, 2010)

A carreira dos Rolling Stones pode ser contada em gerações mas eles continuam tocando e dançando por aí. Essa persistência não é unanimemente bem recebida mas eles ainda lotam estádios e casas de espetáculo com seus shows dançantes, elétricos e repletos de clássicos musicais. E aqui está o ponto principal das atuais críticas que a  banda vem recebendo.

Os Rolling Stones participaram e contribuiram para um grande momento na música, especialmente para o gênero do rock’n roll. Os anos 60 e 70 receberam suas melhores músicas e puderam admirar a melhor forma das suas inimitáveis performances. Suas apresentações sempre foram empolgantes e, diante de tanta energia, a indagação natural que emanava era a de até quando eles iriam suportar esse ritmo. A resposta, que ainda permanece sem previsão para ser dada, com certeza assombra quem os viram mais de quarenta anos atrás.
A banda continua se apresentando e de vez em quando ainda grava um disco de inéditas, para motivar mais uma turnê. Essa energia é com certeza admirável e permite que antigos fãs revejam sua vibração, da mesma forma novos fãs podem conhecer em carne, osso e música quem estava presente quando muito aconteceu no rock. 

terça-feira, 17 de agosto de 2010

IRREVERSÍVEL (Irréversible, França, 2002)


Como o título deste filme sugere, após assisti-lo é impossível de voltar atrás. Este filme fica com você mesmo depois de haver terminado. Seja pelas cenas de violência explícitas e grotescas, seja pelo horror que as desencadeou e que, por fim, fertiliza nossa aceitação, ou ainda pela forma como este título foi filmado, qualquer uma dessas razões, ou todas elas, agrega este filme ao seu pensamento.

O enredo é simples: Um casal vai para um festa com um amigo e depois de um breve desentendimento, a namorada de um deles decide voltar para casa sozinha. No caminho de volta, em um beco escuro, no subsolo, ela é brutalmente estuprada. Ao tomar conhecimento dessa situação e vê-la indo para o hospital, seu namorado, embriagado de raiva e expelindo vingança, segue atrás do responsável desse ato inumano. Esses eventos acontecem durante uma única noite em Paris.


IRREVERSIBLE - Trailer

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

KICK ASS – QUEBRANDO TUDO (Kick Ass, Estados Unidos, 2010)


Este filme estava a ser divulgado na Internet há algum tempo. Isso gerou uma considerável ansiedade para sua estréia, e só ficou faltando ver se sua qualidade ia fazer jus a essa expectativa. Quando finalmente assisti este filme fiquei positivamente surpreso, e estonteado pela audácia de colocarem uma garota de 12 anos retalhando bandidos e querendo sorevete depois. Algumas fronteiras moralistas foram aqui derrubadas, mas acho que os filmes devem realmente fazer isso: Ir além das fronteiras convencionais para nos mostrar diferentes espectros.

Já faz algum tempo que a realização de filmes de super-heróis têm crescido em Hollywood. Um dos fatores que insentivam esse acontecimento é a possibilidade de se poder incluir em um filme quase tudo, se não tudo, que se possa imaginar em termos de ação, isso graças aos efeitos especiais disponíveis e à computação gráfica utilizada.

Foi nesse ambiente que apareceu “Kick Ass – Quebrando Tudo”, um filme de super-heróis, cujos personagens, na verdade, não são tão super assim, fazendo o filme ser super-divertido.

KICK-ASS - Official Trailer [HQ]

O ANTI-HERÓI AMERICANO (American Splendor, Estados Unidos, 2003)


Por estar sempre procurando filmes que por aqui no Brasil passaram despercebidos, encontrei este título pouco mencionado nos canais dominantes de comunicação. Apesar de não ser estampadamente divulgado, este filme encontrou seu espaço na vertente “underground” de cinéfilos. Não sei se me encaixo nesse grupo, pois não sou daqueles que só gosta de filmes vanguardistas, mais comuns nas produções independentes, mas sempre escutei comentários sobre este filme, e eles vieram com boas referências. Sendo recomendado por fontes confiáveis, decidi assisti-lo, para, então, escrever sobre ele.

American Splendor é baseado na vida real de Harvey Pekar, um homem amargo e pessimista que tem como passatempos colecionar discos de jazz e revistas em quadrinhos cultuadas nas esferas de vanguarda. Seu trabalho era de arquivista em um hospital e isso lhe rendia um salário digno da classe média baixa, lhe servindo de desculpa para seu comportamento de pão duro. Seu mau humor era ainda agravado por um problema nas suas cordas vocais ocasionado pelas suas constantes gritarias. A vida desse personagem ia como sempre, carrancuda, solitária e invariável. Foi inspirado nisso e nas constantes situações incômodas e enervantes enfrentadas no dia a dia, que ele decidiu escrever uma história em quadrinhos que apontasse esses constantes desconfortos. Como ele não sabia desenhar, pediu para um amigo seu, um ilustrador com carreira conhecida, para desenhar os personagens.

American Splendor - Theatrical Trailer

FILMES DE 2009 ESQUECIDOS PELAS SALAS DE CINEMA BRASILEIRAS

O ano de 2009 foi presenteado com filmes inteligentes, intrigantes, românticos, irônicos, históricos e denunciantes. No entanto, foi por possuir pelo menos uma dessas qualidades que os mesmos foram subtraídos dos cinemas brasileiros. Esses filmes não tiveram uma divulgação de “blockbuster”, nem contaram com um marketing direcionado para as multidões, não tiveram como personagens principais explosões, destruição, ou devastações geradas por computador. As histórias retratadas nesses filmes tiveram seu foco no aspecto humano dos personagens. Mesmo no filme que tem a guerra como cenário, ou no que trata de uma trama de proporções internacionais, é o elemento humano que conduz a história. Isso serviu para deixá-los impedidos de adentrar nas salas de cinema brasileiras. Para dizer que eles não foram por inteiro afastados, as vezes conseguia-se espremê-los na programação por uma semana, ou colocá-los em horário diferenciado por serem filmes de arte, quando na verdade não são. E assim perdemos de desfrutar de títulos que exigem reflexão e que carregam sensibilidade consigo.
                                           
Vamos ver aqui alguns desses filmes que lamentavelmente tiveram, quando muito, uma apresentação diminuta nos cinemas brasileiros.